quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"Privatize-se tudo!..."

Saramago continua atual! Depois de se ouvir Portas, o "Paulinho das feiras", apetece mesmo repetir alto e bom som:
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148 (surripiado do Blog “O Castendo”)
 
 

Sim, há alternativa!

Sim, há alternativa!
O caminho é "derrotar este Orçamento do Estado e este Governo" e "afirmar os eixos centrais de uma política alternativa que é possível construir no nosso país e que cada vez mais se afirma como urgente e necessária" (João Oliveira - deputado do PCP).
O PCP apresenta 12 propostas que reduzem despesa do Estado até 8600 milhões de euros. Aqui deixo a proposta, que cada um analisará, independentemente de estar ou não de acordo. É que "chateia" a conversa de que os comunistas estão sempre contra tudo e nunca propõem nada em alternativa.
 
 12 medidas imediatas contra a exploração e o empobrecimento
Aumento dos salários
Aumento das pensões de reforma
Alargamento do acesso ao subsídio de desemprego
Reposição do abono de família
Congelamento do preço dos transportes
Imposição dos preços regulados dos combustíveis
Estabelecimento de um preço máximo para 2014 num conjunto de bens essenciais básicos alimentares e de higiene
Congelamento dos preços de serviços essenciais
Congelamento dos aumentos das portagens e eliminação das portagens SCUTT
Revogação de nova lei do arrendamento
Reposição do valor das taxas moderadoras
Reforço da acção social escolar
 
 
 
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Álvaro Cunhal - o projeto comunista, Portugal e o mundo de hoje

Integrado nas comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, realizou-se nos dias 26 e 27 de outubro, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Congresso "Álvaro Cunhal - o projeto comunista, Portugal e o mundo de hoje".
Longe de uma operação de "culto da personalidade", a riqueza da obra de Álvaro Cunhal justifica um estudo atento e inteligente. Sobretudo pela riqueza com que permanentemente nos surpreende. E pela atualidade que mantém. O estudo da sua obra deve existir muito para além do congresso. Obreiro fundamental do PCP, Álvaro Cunhal desenvolveu criativamente a teoria marxista-leninista em diversos domínios. Creio que o conhecimento (e compreensão) da sua obra, aos vários níveis, em muito evitaria certas "incompreensões" próprias de "doenças infantis" que urge debelar.
Pela riqueza das análises produzidas, deixo à vossa disposição os vídeos do congresso, eles também a merecerem estudo, reflexão e compreensão.
 
 
 
 
Álvaro Cunhal com estudantes portugueses na Bulgária
 
 
 
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"E o povo pá?"

Parece estar claro que o futuro Executivo Municipal da Marinha Grande (2+2+1+1+1), terá em permanência apenas dois dos seus membros: o presidente e o vice-presidente. O staff do presidente (chefe de gabinete, adjunto e secretária), independentemente de todas as opiniões e estranhezas que, quem quiser, possa manifestar, resultam da escolha pessoal e legítima do presidente (ou de alguém por ele). Será certamente esse staff a fazer o papel de “vereador a tempo inteiro” para grande parte dos pelouros. Ou seja, no papel, presidente e vice-presidente vão ter, cada um, uma carrada de pelouros, mas na prática, quem vai “mexer os cordéis” (onde é que eu já ouvi isto?) será o staff pessoal do presidente. É uma forma estranha de conceber a coisa pública. “E o povo pá?” Aqueles que deram o seu voto a uns e a outros, que conclusões poderão retirar de tudo isto?
Considerando-me eu um cidadão mais ou menos bem informado, devo confessar que não tenho qualquer informação acerca do que se tem passado nas negociações entre os partidos e “movimentos”. Como eu, creio, a generalidade dos cidadãos, estejam eles mais ou menos próximos dos partidos políticos ou dos “movimentos”. Todo este quadro configura mais uma contribuição para aprofundar o fosso entre o cidadão e a participação política responsável e às vezes empenhada.
Alguém dirá que “não é p´ra todos”. Há os que decidem e há os que que são empurrados apenas para obedecer e bater palmas. Decididamente, não são estas as minhas conceções. Nem sociais, nem ideológicas. Por isso não estou em alguns sítios, mas estou noutros! Mas nos sítios onde estou, nunca estarei entorpecido nem embriagado! Aliás é o que peço a todos, estejam onde estiverem: que nunca estejam cegos, surdos e mudos! Porque assim, vamos pior que ontem e sem rumo para amanhã.
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

21 | outubro | 2013

Dia 21 de outubro é a data marcada para a instalação dos Órgãos Autárquicos do Município da Marinha Grande.
Não se vislumbrando sinais quanto à solução, parece que o apontar desta data visa tão somente cumprir calendário ou condicionar os intervenientes. Alguns intervenientes.
Pouco se sabe (que sei eu?) acerca da distribuição de responsabilidades no futuro Executivo Camarário e Assembleia Municipal. Desconheço se alguém, fora dos estreitos corredores dos poderes, saberá algo mais que nada…
Naturalmente que “negociações tão delicadas” exigem o recato considerado suficiente para se desenrolarem e chegarem a um termo. Desejavelmente a bom termo. Entretanto, receio que se o “corredor” das tomadas de decisão for muito estreito, demasiado estreito, elas (as tomadas de decisão), não serão mais que o somatório de pequenas vontades, que se incluem apenas a si próprias.
Que “soluções sólidas” será possível encontrar? Em quem se irão apoiar as soluções que se encontrarem?
De qualquer forma, sabe-se demasiado pouco. Opina-se demasiado pouco. Os eleitores votantes estão à margem do processo. E dos eleitores votantes, aqueles que mais diretamente se têm envolvido nas batalhas eleitorais, parece estarem também demasiado afastados dos estreitos corredores da tomada de decisão. E isso parece-me não ser saudável!... Assim, geram-se decisões pouco sufragadas e, por consequência, fracas!
 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Chile, Las Imágenes Prohibidas

Vivemos em Portugal (e na Europa e no mundo) tempos difíceis. O capitalismo selvagem domina e abomina. Penetra até na consciência dos cidadãos designadamente através de uma "coisa" a que chama "comunicação social pluralista".
O Pedro P. Coelho e o "Paulinho das feiras" (o dos submarinos) interpretam a versão portuguesa da sinfónica miséria mundial, composta na Casa Branca. São cortes, impostos e redução de direitos para quem trabalha. São mordomias e tranquilidades para os senhores que lhes financiam a existência. Um pouco ao lado mora Seguro, o terceiro pé da portuguesa troika.
Arrisco-me a afirmar (mais uma vez) que vivemos em Portugal uma espécie de estado pré-fascista. O povo vive adormecido e estonteado entre futebóis e touradas reais. As burguesias vão pagando e gemendo, mas não muito. E aqueles que mais oposição consequente levantam, vão sendo silenciados...
É esta situação de paz podre, que muitas vezes na história dos povos faz nascer os "salvadores da pátria". É desta porcaria gerada pelas classes dominantes que se alimentam os ditadores. Os Hitleres e os Pinochês.
Tantos anos depois do "25 de Abril de 1974", convém lembrar que o fascismo existiu! Prendeu e matou! Faz a guerra de África! E lembrar que no Chile democrático a besta fascista, a mando do senhor do império, espalhou o terror e assassinou o presidente eleito!
Deixo-vos "Chile, Las Imágenes Prohibidas", para que Portugal não seja o Chile na Europa!
 
Chile, Las Imágenes Prohibidas - Capítulo 1
 
Chile, Las Imágenes Prohibidas - Capítulo 2
 
Chile, Las Imágenes Prohibidas - Capítulo 3
 
Chile, Las Imágenes Prohibidas - Capítulo 4
 
 
 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Marinha Grande: o centro

De novo o centro da Marinha Grande
Já tenho feito esta proposta, mas repito sem me cansar: é preciso organizar periodicamente (semanalmente?) feiras na zona central! Trazer vendedores, artesãos, etc. para as ruas e praças centrais. Juntar a esses vendedores programas de animação (culturas, desporto, etc.). Essas feiras/mercados podem ser de dia ou à noite. O tipo de produtos pode ser variado por zonas ou variado por datas. Cada um monta a sua tenda, concebida segundo modelo a fornecer pela autarquia. É urgente "plantar" novos comerciantes no centro! E oxalá estes novos comerciantes "contagiem" alguns donos de velhos comércios (ou comércios velhos) e sejam os motores da mudança.
Tivemos recentemente a possibilidade de provocar a mudança. Mas de dentro e de fora dos concorrentes à gestão autárquica, poucos perceberam quem e como poderia ser o motor da mudança! Há ideias! Há gente capaz! É urgente deixarmos de ser socialmente cegos e politicamente ignorantes! Só há uma maneira de aprendermos a fazer o que é preciso: é junto da nossa gente; com a nossa gente; percebendo a vontade da nossa gente. Não vendendo gato por lebre e com essa riqueza que nos vem das pessoas, liderar e construir!
Que se junte gente com ideias. Por culpa de alguém, o centro morreu! Mas o centro da Marinha Grande pode renascer!
 
 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Marinha Grande: 2+2+1+1+1

Já sabemos quem é o presidente. Calculamos saber que o vice-presidente cessante será reconduzido. É preciso mais um vereador a tempo inteiro, ou mesmo dois (caso seja proposto à Assembleia Municipal e esta aprove).
Calculamos que anda por aí muita conversa de bastidores, muito encontro formal e/ou informal sobre a composição do executivo camarário, a presidência da assembleia municipal e os executivos das juntas de freguesia. Resta-nos saber, dentro das infinitas combinações possíveis, qual vai ser a solução… final!
Uma “certa lógica” ditaria que, se as duas principais forças políticas se juntassem (PS+CDU), poderia haver alguma garantia de estabilidade. Mas… será possível conciliar vontades entre duas forças que tradicionalmente se concorrem? Será espetável que dois projetos políticos não coincidentes (sobretudo a nível nacional) possam governar o concelho em harmonia? Quererão essas forças encontrar um entendimento?
Quaisquer outras combinações seriam incomparavelmente mais fracas. Os movimentos “independentes” que concorreram e elegeram, não têm a estrutura, a coesão e a perspetiva de continuidade claramente definidas. Essas forças contam muito mais com elementos/eleitos de “per si”, do que com uma filosofia e uma ideia que dê consistência a um projeto.
Afigura-se-me que o mais provável é esperarmos a formação de um executivo que não terá longevidade assinalável (dois anos?), seguido de novo ato eleitoral, ao qual algum dos movimentos “independentes” não se vá recandidatar, porque se desfez, regressando parte dos seus membros às famílias políticas de origem…
Além disso, na vida interna dos dois maiores partidos, assistiremos inevitavelmente a desenvolvimentos baseados no estudo dos resultados e em algum elemento de “susto”. Esses desenvolvimentos internos, serão distintos nos dois partidos, tal como diferentes são as matrizes ideológicas de cada um.
E agora?
 
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mais 2+2+1+1+1

(...ainda)
Alguns dados da Freguesia da Marinha Grande
Votação para a Câmara Municipal | comparação 2009-2013
PS perde 1300 votos e CDU perde 1598 votos.
Em 2009 a CDU foi a força política mais votada (CDU – 4812 votos; PS – 4761 votos); em 2013 o PS foi a força política mais votada (PS – 3461 votos, CDU – 3214 votos).
O PS ganha à CDU por 247 votos (PS – 3461; CDU – 3214 votos).
Votação para a Assembleia de Freguesia | comparação 2009-2013
A CDU perde 1800 votos e o PS perde 1381 votos.
A CDU mantem-se como a força política mais votada.
A CDU ganha ao PS por 712 votos (CDU – 3759 votos; PS – 3047 votos).
*
Assembleias de Freguesia
Freguesia de Vieira de Leiria
Votação para a Assembleia de Freguesia | comparação 2009-2013
O PS perde 204 votos e a CDU ganha 45 votos, sobe para segunda força mais votada e elege 3 deputados (em 2009 tinha 2).
Freguesia da Moita
Votação para a Assembleia de Freguesia | comparação 2009-2013
O PS perde 80 votos e a CDU ganha 10 votos, sobe para segunda força mais votada e elege 2 deputados (em 2009 tinha 1).
Freguesia Marinha Grande
Votação para a Assembleia de Freguesia | comparação 2009-2013
A CDU perde 1800 votos e o PS perde 1381 votos.
A CDU ganha ao PS com uma vantagem de 712 votos. A CDU perde um deputado e o PS perde 2 deputados.
*
Em jeito de conclusão, destacaríamos que:
- nas Freguesias da Moita e Vieira de Leiria a CDU aumenta a sua votação e o número de eleitos;
- na Freguesia da Marinha Grande a CDU perde votos e perde um eleito, mas continua a ser a força política mais votada;
- na votação para a Câmara Municipal, na Freguesia da Marinha Grande, a CDU passa de primeira para segunda força mais votada, passando o PS de segunda para primeira força mais votada.
*
Analisando globalmente, o PS perde votos e eleitos em todas as frentes. A isto não será alheio o péssimo trabalho desenvolvido na Câmara Municipal.
A CDU sobe nas Freguesias da Moita e Vieira de Leiria. Mas na Freguesia da Marinha Grande é necessário meditar sobre os dados objetivos. Impõe-se um debate profundo, construtivo e capaz de forjar os métodos de intervenção e os protagonistas para o trabalho futuro. Discussão verdadeiramente coletiva e fraternal, tal como faz parte da matriz ideológica do PCP, principal força da coligação.
 

 
 

Closed

O império fechou as portas de alguns serviços. Mas os centros da alta finança continuam abertos. As feridas dos mais desprotegidos, abertas como nunca.
Os grupos financeiros que suportam aquela espécie de partidos made in USA não se entendem e quem paga é o “mexilhão”.
É assim a vida no império – o grau supremo da sociedade capitalista.
O imperialismo está tão dependente da indústria armamentista que, sem a produção de armas, não só o complexo militar industrial iria à falência, mas o próprio sistema imperialista entraria em colapso, porque uma parcela expressiva de sua indústria está ligada à cadeia de produção das armas.
O imperialismo contemporâneo atingiu um nível de degeneração em que só consegue continuar vivo se mantiver e desenvolver a indústria da morte.
Vem aí mais guerra! Os povos e o mundo que se cuidem!
 
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mancha vermelha

A mancha vermelha, voltou a alastrar!
Nesta “coisa” da política, cada um tem a sua perspetiva. Mas creio que nenhum dos meus amigos e leitores levará a mal que expresse o meu contentamento incompleto…
Ao olhar para o mapa autárquico de Portugal, não posso deixar de exprimir a minha alegria pelo aumento de votação na CDU, que se traduz concretamente na conquista de dez novos municípios (Alandroal, Alcácer do Sal, Beja, Cuba, Évora, Grândola, Loures, Monforte, Silves, Vila Viçosa), apesar da perda de quatro. Comparativamente com o quadro saído das eleições de 2009, foi sem dúvida nenhuma um avanço digno de registo.
O meu contentamento seria mais substancial se a minha terra tivesse registado sucesso idêntico. "Qué passa?" Caberá a cada um, nos locais que têm de ser criados, promover o estudo do sucedido e o esboço dos caminhos por onde deverá passar o trabalho futuro. Sem uma análise séria e serena, que envolva todos, não será possível fazer a mancha vermelha passar por aqui…
Deixo uma saudação musical a todos os camaradas, os amigos e amigas que são o corpo e o espírito dos ventos de mudança.