Aprender com a obra de Álvaro
Cunhal é-me particularmente grato. Deixo-vos alguns estratos de
conversas|entrevistas às quais resolvi dar mais atenção nestes tempos. É extraordinário
que cada um de nós tenha a liberdade de pensar e tenha referências para os caminhos
do seu pensamento…
“É muito antiga a ideia de que os comunistas aprendem até com os seus
adversários.” (TSF, Grande Júri, 2 junho 1990)
"É bom ouvir não apenas a voz dos amigos, mas também a voz dos
adversários.” (SIC, Escrita em Dia, dezembro 1996)
“A verdadeira autoridade não é ganha através do mando ou pela imposição
ou pelo cargo, mas porque os outros reconhecem a razão nas ideias e nos
procedimentos”. (DNA, 11 outubro 1997)
“Seria utopia pretender que os comunistas são seres «puros» e isentos de
falhas.” (in A superioridade moral dos comunistas, 21 outubro 1974)
“Os comunistas não são daqueles que fazem bravatas quando sentem as
costas quentes e tratam da sua vida quando as coisas apertam.” (Diário de
Lisboa, 24 setembro 1974)
“Não há comunistas perfeitos, como não há seres humanos perfeitos. (…) E
nem sempre os mais exigentes para com os outros são igualmente exigentes para
consigo próprios.” (in O partido com paredes de vidro, 1985)
“Eu não sou amigo de todos os meus camaradas
(…) Até pode haver conflitualidade afetiva entre membros do meu partido. E há,
e há. Não é nada que seja censurável, é uma realidade da vida humana.”
(Escola Secundária António Gedeão, abril 1999)
Recomendo estas e outras leituras. Para aqueles que nada sabem sobre elas e sobre Álvaro Cunhal. E para os que (pensam que) já sabem tudo!...