sexta-feira, 28 de junho de 2013

Lenine: fonte de estudo sempre!

Como cidadão e como comunista (marxista-leninista) tenho um particular interesse pelo estudo de todos os textos que a este tema se refiram, mesmo quando eles não coincidam, na parte ou no todo, com as minhas perspetivas.
“Os princípios leninistas da crítica ao oportunismo e revisionismo como componente indispensável da luta dos comunistas contra o imperialismo” (aqui) de V.A. Tiúlkine (Víktor Arkádievitch Tiúlkine é primeiro secretário de Partido Comunista Operário da Rússia – Partido Revolucionário dos Comunistas - PCOR-PRC) é um texto interessante, cuja leitura contextualizada se recomenda.
Diz-nos o autor a dado passo quePor vezes, no movimento comunista internacional, observam-se estados de espírito e atitudes nas relações mútuas que são simplesmente infantis. Não se trata aqui da doença do esquerdismo, mas antes do desejo de não ver e não ouvir o que não convém. (…) Todos criticam o oportunismo e o revisionismo, mas mal se evoca o nome de alguém ou de um determinado partido, surgem logo objeções: «não está certo, isso é colar rótulos, devemos dirigir o nosso fogo contra a burguesia e não uns contra os outros, etc.» (…) Recorramos ao conselho de Lénine, vejamos quais os princípios que seguia no seu trabalho teórico e atividade prática.”
 
 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Greve dos professores: a nossa luta foi decisiva!

A nossa luta foi decisiva
"Reconhecemos que houve avanços significativos para os quais foi decisiva a luta dos professores e que permitem neste momento o restabelecer do normal funcionamento das escolas", explicou Mário Nogueira.
Ministério e sindicatos de professores não chegaram a acordo, mas assinaram uma ata de negociação (vêr aqui) que permite restabelecer a normalidade nas escolas, anunciou o secretário-geral da Fenprof.
Agora, é preciso continuar! No dia 27 é preciso aderir à GREVE GERAL!
 
 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Faleceu o Dr. Osvaldo Castro

Faleceu Osvaldo Castro.
A ele me uniram durante anos objetivos políticos comuns. Depois, eu continuei fiel a esses princípios, tendo ele abraçado outros caminhos.
Neste momento relembro as noites que passei (que passámos), nós ainda putos, ouvindo-o a ele e ao Joaquim Carreira dissertando, concordando e discordando sobre coisas da história, dos conceitos do marxismo-leninismo e da forma de os transpor para a prática. Cantámos todos juntos as canções da guerra civil espanhola e outras com que forjámos a nossa luta na oposição e depois, pelos caminhos de Abril. Posso considerar que também ele, a seu modo, foi para mim um mestre da política naquele tempo.
Hoje fui-me despedir dele, como amigo, não obstante os caminhos diversos que seguimos. Tomei conhecimento mais aprofundado da luta pela vida que travou nos últimos tempos… E creio manter intacta a lucidez de homenagear o homem, tendo como referência principal os caminhos que juntos percorremos, e depois o sentido do respeito pela diferença.
A vida é feita de chegadas e de partidas… Eis um dos traços comuns, que nos une enquanto seres que aqui chegamos, por aqui andamos e, numa certa manhã que pode não ser de nevoeiro, partimos…
À família enlutada, um abraço fraternal de quem já sentiu perda idêntica. E o  meu respeito pela memória do homem que, fisicamente, partiu.
 
 
 

Mário Nogueira esclarece: o estado transfere zero euros para a FENPROF

“O secretário-geral da Fenprof considera que os "jovenzinhos" da JSD que questionaram o custo para o Estado dos sindicatos de professores têm “défice de formação democrática”, garantindo que os sindicalistas recebem apenas o seu ordenado.”
O autor da tão “pertinente” questão chama-se Hugo Soares, 30 anos, licenciado em Direito e não lhe conheço a atividade profissional (ou se a teve) anterior ao exercício do cargo de deputado…
Mário nogueira, esclareceu:
Deputados do PSD, membros da JSD, querem saber qual o valor da transferência do Estado para os Sindicatos da Educação. Achas isso legítimo?
Mário Nogueira (M.N.): Absolutamente. O pior que a democracia pode ter é ser opaca.
E qual é esse valor?
M.N.: É de zero euros. O Estado não transfere qualquer verba para os Sindicatos da Educação, pelo menos para a FENPROF, que é a situação que conheço. Isso é até fácil de confirmar, pois os sindicatos, anualmente, são obrigados a divulgar as contas publicamente e, no caso do meu sindicato, elas são publicadas em revista e enviadas para todos os associados.
Será que eles se queriam referir ao pagamento dos salários dos professores que são dirigentes?
M.N.: Não faço ideia, mas se era isso também não há qualquer novidade. Os professores, sejam dirigentes sindicais ou não, são simplesmente professores e ganham apenas como tal. Portanto, o facto de um professor ser dirigente sindical não lhe dá qualquer benefício, nomeadamente financeiro.
Então porque terão eles perguntado isso ao ministro da Educação?
M.N.: Não faço ideia, mas penso que foi feliz terem-no feito porque assim permitem que, com a mesma legitimidade, se façam outras perguntas…
Tais como…
M.N.: Tais como, quanto transfere por ano o Estado para o PSD, enquanto partido; quanto gasta o Estado com as assessorias e, no conjunto, todos os funcionários colocados à disposição do grupo parlamentar do PSD; e até mesmo qual o salário dos deputados, nomeadamente esta rapaziada da JSD, e qual seria o seu salário se estivessem a exercer a sua profissão. É que, sabes, nem todos os deputados ganham acima do seu salário enquanto trabalhadores.
Certo, mas por norma o salário dos deputados não tem a ver com o seu salário enquanto profissionais, pois não?
M.N.: Não. E então no caso destes que mal tiram o bibe vão logo para deputados, não tem mesmo nada a ver. Profissão nunca tiveram e não estivessem eles encostados ao partido desde pequeninos, nem subsídio de desemprego teriam, pois até para isso é preciso ter sido trabalhador.
Afirmam também que há dirigentes que não dão aulas há anos. Isso é ilegal?
M.N.: Tão ilegal como um deputado que é professor, mas não está a exercer por ter sido eleito para a função, ou um autarca, só para dar estes exemplos… e o PSD tem vários e não se limitam a ganhar o que auferiam na profissão. Mas é assim mesmo a democracia. Desde que a eleição respeite normas legais e democráticas não há mais nada a dizer. O que parece é que essa rapaziada entende a situação quando aplicada ao poder, mas já não entende quando se aplica ao outro lado, visto que a democracia não tem apenas um lado.
Défice democrático, não?
MN: Parece… quando as aprendizagens sobre democracia deixam de se fazer nos bancos das escolas ou através do que a vida nos ensina e se transferem para as cadeiras da “universidade” de Castelo de Vide, Verão após Verão, estamos conversados… fica estreito o horizonte democrático.
E porque achas que estes deputados apenas se referem aos sindicatos do setor da Educação?
MN: Ora, por razões óbvias, estão incomodados. Como não são politicamente sérios não conseguem ir ao debate elevado e preferem sujar-se na lama do nível zero da política. Incomodam-se porque percebem que este é o setor que tem das mais elevadas taxas de sindicalização; porque as greves atingem valores absolutamente impressionantes, acima dos 90%; porque as manifestações enchem as mais largas avenidas da capital, juntando milhares e milhares de professores; porque, como em poucos setores, vê-se que há uma grande ligação entre os professores e os seus dirigentes sindicais. É isso que os mói, pois então. E o pior para estes deputados é que veem o partido por que foram eleitos a cair tanto nas sondagens que temem ficar mesmo desempregados. Coitados… Eles se pudessem, escreve aí, em vez de fazerem estas perguntas mandavam prender os sindicalistas. Mas não podem e isso parece doer-lhes.
Então e que achas do facto de também terem perguntado quantos sindicatos de professores há?
M.N.: Acho curioso. Então não eram eles que tanto se insurgiram contra a unicidade sindical? São agora contra a pluralidade? Às tantas, se se descuidam, ainda dão cabo do que não queriam…
Os professores que são dirigentes sindicais a tempo inteiro como podem estar nessa situação?
M.N.: Em primeiro lugar têm de ser professores sindicalizados. Se tal acontecer, podem, nos termos dos estatutos das organizações sindicais a que pertencem, ser eleitos dirigentes. Se forem, como qualquer dirigente sindical, em qualquer setor, terão direito a 4 dias remunerados para o exercício da atividade sindical. É da lei geral. Ora, para o MEC, pagar a 5 dirigentes os 4 dias mensais, ou a um 20 dias, em termos de despesa é igual, mas tem uma vantagem: é que os alunos de cinco professores não ficam sem aulas, no limite, 40 dias por ano, ou seja, 4 dias por mês ao longo de 10 meses. E repara que foi precisamente um ministro do PSD que nos propôs isto. O que mudou de então para cá naquele partido, não sei dizer… não sou politólogo. Mas nem é preciso ir tão longe, eles mudaram tanto em apenas 2 anos… quem os ouviu e quem os vê.
 
 
 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Não muda... mas muda!...

“O ministério da Educação decidiu antecipar os exames de Matemática para os alunos do 6.º ano e do 9.º ano, que estavam marcados para o dia da greve geral, 27 de junho. As provas irão então realizar-se no dia 26 de junho.”
Acordou tarde!
Já para o dia 17 de junho o ministro tinha ouvido recomendações de diversos quadrantes para alterar a data, mas, teimoso, ignorou. Desta vez, todos os argumentos que utilizou para manter os exames do dia 17 de junho caíram por terra! Afinal tudo poderia ser diferente!...O ministro não quis!
Só espero que a inteligência e o bom senso se manifestem nas próximas reuniões com os sindicatos e que Crato e Passos entrem nos eixos.
Mas o melhor mesmo seria que fossem todos de férias para um paraíso mirabolante e não regressassem à gestão deste país, que insistem em tornar uma charneca!
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros..."

Há textos que merecem ser lidos. Há jovens que constroem textos, que são o reflexo de uma cacacidade de construir saber e saber pensar, com a contribuição da escola e da sociedade e não por obra e graça de "mágicos e feiticeiros".
Há textos que é preciso ler! Partilho convosco o que encontrei aqui, da autoria de Inês Gonçalves.
 
"Estudo no 12º ano, tenho 18 anos. Sou uma entre os 75 mil que têm o seu futuro a ser discutido na praça pública.
Dizem que sou refém! Dizem que me estão a prejudicar a vida! Todos falam do meu futuro, preocupam-se com ele, dizem que interessa, que mo estão a prejudicar…
Ando há 12 anos na escola, na escola pública.
Durante estes 12 anos aprendi. Aprendi a ler e a escrever, aprendi as banalidades e necessidades que alguém que não conheci considerou que me seriam úteis no futuro. Já naquela altura se preocupavam com o meu futuro. Essas directivas eram-me passadas por pessoas, pessoas que escolheram como profissão o ensino, que gostavam do que faziam.
As pessoas que me ensinaram isso foram também aquelas que me ensinaram a importância do que está para além desses domínios e me alertaram para a outra dimensão que uma escola “a sério” deve ter: a dimensão cívica.
Eu não fui ensinada por mágicos ou feiticeiros, fui ensinada por professores! Esses professores ensinaram-me a mim e a milhares de outros alunos a sermos também nós pessoas, seres pensantes e activos, não apenas bonecos recitadores!
Talvez resida ai a minha incapacidade para perceber aqueles que se dizem tão preocupados com o meu futuro. Talvez resida no facto de não perceber como é que alguém pode pôr em causa a legitimidade da resistência de outrem à destruição do futuro e presente de um país inteiro!
Onde mora a preocupação com o futuro dos meus filhos? Dos meus netos? Quem a tem?
Onde morava essa preocupação quando cortaram os horários lectivos para metade e mantiveram os programas?
Onde morava essa preocupação quando criaram os mega-agrupamentos?
Onde morava essa preocupação quando cortaram a acção social ou o passe escolar?
Onde mora essa preocupação quando parte dos alunos que vão a exame não podem sequer pensar em usá-lo para prosseguir estudos pois não têm posses para isso?
Não somos reféns nessa altura?
E a preocupação com o futuro dos meus professores? Onde morava essa preocupação quando milhares de professores foram conduzidos ao desemprego e o número de alunos por turma foi aumentado?
Todas as atrocidades que têm sido cometidas contra nós, alunos, e contra a qualidade do ensino que nos é leccionado não pode ser esquecida nunca mas especialmente em momentos como este!
Os professores não fazem greve apenas por eles, fazem greve também por nós, alunos, e por uma escola pública que hoje pouco mais conserva do que o nome. Fazem greve pela garantia de um futuro!
De facto, Crato tem razão quando diz que somos reféns, engana-se é na escolha do sequestrador!
E em relação aos reféns: não são só os alunos; são os alunos, os professores, os encarregados de educação, os pais, os avós, os desempregados, os precários, os emigrantes forçados... Os reféns são todos aqueles que, em Portugal, hipotecam presentes e futuros para satisfazer a "porra" de uma entidade que parece não saber que nós não somos números mas sim pessoas!
Se há momentos para ser solidária, este é um deles! Estou convosco*"
Inês Gonçalves
 
 

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sou professor! Hoje estou em greve!

Sou professor! O mais importante para mim na escola, são os alunos!
Hoje estou em greve! Estou em greve pelo futuro dos alunos, pela qualidade da educação, pela escola pública, pela profissão docente. Estive logo de manhã à porta da minha escola e vi quem não está em greve entrar no edifício. Respeitámo-nos mutuamente: os que estando à porta da escola, estávamos em greve; e os que entrando no edifício, não estavam em greve. Fiquei satisfeito por cerca de 90% dos meus colegas, professores da minha escola, terem aderido a esta forma de luta.
Entretanto, pela porta dos fundos da escola, terão entrado outros professores, de outra escola do mesmo mega-agrupamento, que vieram substituir os professores da minha escola que estavam em greve!...
Cada um ficará com as acções que pratica! Certamente que estes docentes, os que entraram pela porta dos fundos, não têm ainda consciência de que é urgente lutar:
·         Contra a mobilidade especial e os despedimentos;
·         Em defesa do horário de trabalho e da sua matriz pedagógica e contra o eventual aumento para as 40 horas semanais;
·         Contra os cortes salariais;
·         Contra medidas que visam destruir postos de trabalho;
·         Pela humanização da escola, pela valorização do currículo e pela redução do número de alunos por turma;
·         Pela qualidade do ensino e pelo futuro dos nossos alunos;
·         Em defesa da Escola Pública e das demais funções sociais do Estado.
É preciso convencer todos que é preciso e é urgente lutar! Além de que na nossa vida, é um mau sintoma entrar pela porta dos fundos…
 


terça-feira, 11 de junho de 2013

"Aos meus professores" (carta de um aluno grego)

Surrupiada, mas muito ilustrativa…
Carta aberta de um estudante grego do secundário (Traduzida de "Echte Democratie Jetzt")»:
Aos meus professores... e aos outros:
O meu nome é K. M., sou aluno do último ano num liceu em Drapetsona, Pireu.
Decidi escrever este texto porque quero exprimir a minha fúria, a minha revolta pelo atrevimento e pela hipocrisia daqueles que nos governam e daqueles jornalistas e media mainstream que os ajudam a pôr em prática os seus planos ilegais e imorais em detrimento dos alunos, dos estudantes e de todos jovens.
A minha razão para escrever é a intenção dos meus professores de fazer greve durante o período dos exames de admissão à Universidade e os políticos e jornalistas que choram lágrimas de crocodilo sobre o meu futuro, o qual "estaria em causa" devido à greve.*
De que falam vocês? Que e...spécie de futuro tenho eu devido a vocês? E quem é que verdadeiramente pôs em causa o meu futuro?
Deitemos uma vista de olhos sobre quem, já há muito tempo, constrói o futuro e toda a nossa vida:
- Quem construiu o futuro do meu avô?
- Quem vestiu o seu futuro com as roupas velhas da administração das Nações Unidas para a ajuda de emergência e reconstrução e o obrigou a emigrar para a Alemanha?
- Quem governou mal e estripou este país?
- Quem obrigou a minha mãe a trabalhar do nascer ao pôr-de-sol por 530 euros por mês? Dinheiro que, uma vez paga a comida e as contas, nem chega para um par de sapatos, para já não falar num livro usado que eu queria comprar numa feira de rua.
- Quem reduziu a metade o ordenado do meu pai?
- Quem o caluniou, quem o ameaçou, quem o obrigou a regressar ao trabalho sob a ameaça da requisição civil, quem o ameaçou de despedimento, juntamente com todos os seus colegas dos serviços de transportes públicos quando eles, que apenas queriam viver com dignidade, entraram em greve?
- Quem procurou encerrar a universidade que o meu irmão frequenta para atingir alguns dos seus sonhos?
- Quem me deu fotocópias em vez de manuais escolares?
- Quem me deixa enregelar na minha sala de aula sem aquecimento?
- Quem carrega com a culpa de os alunos das escolas desmaiarem de fome?
- Quem lançou tanta gente no desemprego?
- Quem conduziu 4.000 pessoas ao suicídio?
- Quem manda de volta para casa os nossos avós sem cuidados médicos e sem medicamentos?
Foram os meus professores que fizeram tudo isto? Ou foram VOCÊS que fizeram tudo isto?
Vocês dizem que os meus professores vão destruir os meus sonhos fazendo greve.
Quem vos disse alguma vez que o meu sonho é ser mais um desempregado entre os 67% de jovens que estão no desemprego?
Quem vos disse que o meu sonho é trabalhar sem segurança social e sem horários regulares por 350 euros por mês, como determinam as vossas mais recentes alterações às leis laborais?
Quem vos disse que o meu sonho é emigrar por razões económicas? Quem vos disse que o meu sonho é ser moço de recados?
Gostaria de dirigir algumas palavras aos meus professores e aos professores em toda a Grécia:
Professores, vocês NÃO devem recuar um único passo no vosso compromisso para connosco. Se recuarem agora na vossa luta, então sim, estarão verdadeiramente a pôr em causa o meu futuro. Estarão a hipotecá-lo.
Qualquer recuo vosso, qualquer vitória que o governo obtenha, roubará o meu sorriso, os meus sonhos, a minha esperança numa vida melhor e em combater por uma sociedade mais humana.
Aos meus pais, aos meus colegas e à sociedade em geral tenho a dizer o seguinte:
Quereis verdadeiramente que aqueles que nos ensinam vivam na miséria?
Quereis que sejamos moldados nas salas de aulas como mercadorias de produção maciça?
Quereis que eles fechem cada vez mais escolas e construam cada vez mais prisões?
Ides deixar os nossos professores sozinhos nesta luta? É para isso que nos educais, para que recusemos a nossa solidariedade?
Quereis que os nossos professores sejam para nós um exemplo de respeito por nós próprios, de dignidade e de militância cívica? Ou preferis que nos dêem um exemplo de escravidão consentida?
Finalmente, quereis que vivamos como escravos?
De amanhã em diante, todos os alunos e pais deviam ocupar-se de apoiar os professores com uma palavra de ordem: "Avançar e derrotar a tirania fascista!"
Lutemos juntos por uma educação de qualidade, pública e livre. Lutemos juntos para derrubar aqueles que roubam o nosso riso e o riso dos vossos filhos.
PS: Menciono as minhas notas do ano lectivo 2011/12, não por vaidade mas para cortar a palavra àqueles que avançarem com o argumento ridículo de que "só quero escapar às aulas": Comportamento do aluno: "Muito Bom". Classificação média: 20 ("Excelente") [a nota mais alta nos liceus gregos].
 
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A greve dos professores

Deixo-vos, porque gostei de ler!

Às vezes apanho tesouros assim no Facebook... quem me dera que todos pensassem assim...

Quanto à greve dos Senhores Professores agendada para os dias de exames:
1. Tenho uma filha que será afectada, pois pelo menos um dos exames coincide com as datas conhecidas.
2. Apoio a greve.
3. Informei a minha filha que o(s) exame(s) que não puder fazer naquele dia(s) certamente que se fará(ão) noutro(s) dia(s).
4. Informei a minha filha que os professores não irão trabalhar naquele dia porque estão em luta pelos seus direitos e que por tal vão perder um dia de salário.
5. Informei a minha filha que não há greves sem prejuízo, nem prejudicados - aliás essa é a força da greve.
6. Informei a minha filha que numa sociedade solidária..., mesmo quando não ganhamos nada directamente pode acontecer que sejamos chamados a lutar pelo que é certo, mesmo com prejuízo em causa própria.
7. Informei a minha filha que numa sociedade solidária, ninguém pode aceitar como bom, que as famílias partilhem menos uma hora por dia, que se despeçam pessoas aos milhares e se diga que tal é bom, que se trabalhe gratuitamente, que se reduzam remunerações, que se retirem direitos aos fracos quando se engordam os ricos, que se desprezem e menosprezem as pessoas e que se castiguem os que nada fizeram e se dê cobertura aos que a este ponto nos trouxeram.
8. Informei ainda que a possibilidade dela ter de fazer o(s) exame(s) noutro(s) dia(s) representa o(s) contributo(s) dela para uma sociedade justa.
9. Pedi desculpa à minha filha, por não ter sido capaz de evitar que ela, tão nova, tivesse que participar num processo de combate político, mesmo que passivamente. Pertenço a uma geração de inertes, que tudo delegam e depois ousa estranhar a acção dos que diferem e vão à luta.
O mais interessante nisto tudo, é que ao contrário dos doutos egoístas que em vários fóruns vi manifestarem-se, a minha filha, com 12 anos, depois de pensar um pouco disse-me convicta: Faz sentido! Não faz mal. Se não fizer exame naquele(s) dia(s), farei noutro e assim os professores terão lutado pelo que é justo.
Nestas alturas, fico aliviado, pois percebo que ainda temos salvação. Provavelmente, tal só acontecerá na geração que nos segue, mas sempre é melhor do que nada.

Retirado do Facebook