domingo, 8 de março de 2009

“Rede de Ideias, Projectos e Artes”: partilhar experiências e sonhos

A Marinha Grande foi desde sempre uma terra com iniciativas culturais, que progrediram ao mesmo tempo que as suas gentes e as gentes que aqui chegaram foram “misturando” os traços identitários das suas terras de origem. De “povoado de couteiros e lenheiros”, a Marinha Grande transformou-se em terra de vidreiros, com oficiais trajando de casaca e cartola e que aprenderam as letras, as contas e as artes da representação pela mão de mestres contratados pelos Irmãos Stephens. Podemos falar de uma população com conhecimentos e necessidades culturais. É certo que nem sempre muito evidentes, mas que ainda assim, ao longo dos anos, tem gerado e acarinhado diversos projectos. Este é um legado histórico que importa potenciar, num país e num mundo cada vez mais analfabeto e “formatado” pelas “ideias dominantes”.
Como forma de resistir e avançar, mobilizando o maior número possível de activistas culturais, nasceu a Rede de Ideias, Projectos e Artes (RIPA) da Marinha Grande, que deu os seus primeiros passos em Junho de 2001, com a realização em Picassinos do espectáculo “Quem sai aos seus”, no qual estiveram envolvidos o Tocándar, o Rancho Folclórico de Picassinos, a Orquestra Ligeira da Marinha Grande, a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários da M. Grande e o Grupo Reviver o Passado da Praia da Vieira. Hoje estão envolvidos na RIPA, para além dos projectos citados, mais de uma dezena de artesãos, a Orquestra da Amieirinha, o Grupo de Teatro da ASURPI e alguns outros projectos e associações. A RIPA tem como objectivos principais: a defesa da identidade de cada projecto integrante, a organização e realização de actividades conjuntas e a partilha de experiências entre os projectos envolvidos. Existe aliás na nossa sociedade um enorme campo de crescimento na cooperação entre associações e colectividades (criação de um concelho das colectividades e do desporto) e nas IPSS’s, conduzindo a ricas possibilidades de colaboração entre umas e outras, com enormes vantagens para a qualidade do trabalho desenvolvido e dos efeitos alcançados.
Não existe ainda na Marinha Grande um equipamento de qualidade para a realização de eventos culturais, mas existem muitas sedes de colectividades, autênticos centros de recursos deficientemente aproveitados e existem diversos projectos capazes de pôr as coisas a mexer.
No panorama cultural da Marinha Grande, a RIPA propõe-se intervir, agitar e promover a partilha. Visitem-nos em www.ripamg.com.sapo.pt
(Editado no semanário "Expressões")

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