Entre os dias 25 e
29 de julho passado o Tocándar esteve em Espanha, mais concretamente nas regiões
de Sória e de Segóvia.
Deslocámo-nos a
convite de entidades locais, para realizar um conjunto de espetáculos e oficinas
de percussão com “miúdos a graúdos”.
Revimos gente
conhecida. Aprofundámos relações de amizade e de trabalho. Construímos novas
pontes para cooperação futura. Fizemos amigos. Levámos a alma da nossa terra e
das suas gentes.
Apresentámo-nos com
dignidade. Os dois espetáculos principais realizados, tiveram uma assistência calculada
em mais de 5.000 espetadores.
Em San Esteban de Gormaz
e em Ayllón a receção foi de tal proximidade, que parecia termos nascido e
vivido sempre ali. É indescritível o carinho e a atenção que nos foram dispensados.
Inevitavelmente estabelecemos comparações… A nossa terra. A nossa luta diária
pelo direito a existir. As palmadinhas nas costas que, vezes demais, sob a capa
de apoio e compreensão, escondem a frieza e a ausência de vontades… Mas
sobretudo a capacidade deste punhado de jovens de transformarem dificuldades em
recursos. Mais uma vez provámos a nós próprios e a quem de nós gosta, que vale
a pena! Asseguro-vos que os filhos da nossa terra mostraram um elevado nível
artístico e de relacionamento interpessoal! Todos devemos orgulhar-nos destes
jovens simples e dedicados, que cada vez menos vão sendo anónimos.
Um acidente (felizmente
sem consequências de maior e que está a evoluir depressa e bem) veio cimentar
ainda mais a solidariedade da família Tocándar. Um membro do grupo lesionou-se
durante o último espetáculo. Foi imediatamente assistido, tendo tido o
acompanhamento hospitalar e pessoal adequados. Nunca estamos livres de
incidentes. Mas temos a lucidez, a capacidade organizativa e o ambiente solidário
que nos permitem dar a resposta adequada às situações.
Connosco e no nosso
coração viajaram as gentes da nossa terra e os projetos culturais e artísticos
que connosco são a alma da cultura marinhense.
É por isso que
estamos conscientes de que quem nunca esteve envolvido “nestas vidas”, quem
nunca viveu estas emoções, jamais poderá valorizar o trabalho que estes grupos
fazem. E em termos das questões de cultura e de cultura de identidade, quem
manda, ou faz conta connosco, ou andará sempre ao arrepio das realidades! Como
geralmente tem acontecido até aqui!
Agora vamos descansar
e preparar-nos para os novos desafios que vão chegar! Agora temos ainda mais
provas de que vale a pena! Agora sabemos melhor que, para além das “penumbras e
dos nevoeiros” que envolvem constantemente a nossa terra, há um mundo de sol e
oportunidades à nossa volta! Ainda bem que os jovens do Tocándar e as suas
famílias vão percebendo cada vez mais isso!
Ainda bem que um dia, a
sábia inteligência popular discorreu que “Os cães ladram e o Tocándar passa!”
Não há festa sem bombos!
(mais informação e vídeos aqui)
1 comentário:
Que bom sentirem-se acarinhados, não pode haver comparações, quando não existe respeito pelo Tocándar, pelos jovens empenhados, da parte dos grandes senhores da nossa terra, que não têm escrúpulos quando olhavam e viam esta grande familia a ensaiar à chuva e ao frio.
Lamentavel o acidente, mas são riscos que se correm.
Bem-hajam todos e muito ao Paulo pelo trabalho que tem feito.
beijinho e uma flor
Adélia Sousa
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