quinta-feira, 6 de março de 2014

Ucrânia: para quando a palavra ao povo?

A situação que se vive na Ucrânia, põe em confronto os senhores do império UE e EUA por um lado e a Rússia capitalista por outro. No meio fica o povo ucraniano, que continua a ser vítima dos grupos mafiosos que têm partilhado os poderes no país. Os "grandes democratas" para era pós-soviética arrasaram o país. Os "novos protagonistas" são os grupos neo-nazis, a soldo de poderes financeiros mundiais. As raízes históricas em que mergulha a história da região, aconselhariam prudência e tato na resolução dos conflitos. Mas aqui como noutros pontos do planeta, os meios parecem justificar os fins!... O desenvolvimento capitalista-mafioso do país, levou a situação até aqui. É imprevisível como terminará o conflito. Tem-se assistido a uma escalada em que vale tudo.
 
Partilho convosco a
 
Declaração sobre o avanço reacionário na Ucrânia
Declaração conjunta de Partidos comunistas e operários sobre os recentes acontecimentos na Ucrânia

(sob proposta de KKE e DKP)
 
"Os recentes e dramáticos acontecimentos na Ucrânia representam, não a “vitória da democracia” por parte dos autonomeados “revolucionários” - como pretendem os órgãos de comunicação de massas dos Estados Unidos e da União europeia - mas uma perigosa evolução, sobretudo para o próprio povo ucraniano.
As forças políticas reaccionárias, herdeiras ideológicas dos nazis, surgiram politicamente à tona com o apoio da UE e dos EUA. São forças que para além de destruírem as sedes dos seus adversários têm como programa a perseguição política e a ilegalização dos partidos, sobretudo afrontando os comunistas, e uma legislação racista tendo como alvo a população de língua russa, idêntica à que há 20 anos vigora nos países do Báltico “europeu” com o tácito apoio politico da UE.
Os Partidos comunistas e operários subscritores desta declaração conjunta:
- Manifestam a sua solidariedade e apoio aos comunistas da Ucrânia, e em primei àqueles que em muitos casos saíram à rua para defender os monumentos a Lénine e aos antifascistas, tomados como alvo pelo branqueamento da história levada a cabo pelos grupos armados nacionalistas-fascistas.
- Denunciam os EUA e a UE pelo seu manifesto envolvimento nos assuntos internos da Ucrânia, pelo apoio directo que prestaram e continuam a prestar aos grupos armados fascistas, sustentando o revanchismo histórico contra as vitórias da II Guerra mundial, convertendo o anticomunismo em política oficial, agindo de forma a embelezar os grupos fascistas e a sua ideologia e actividade criminosa, promovendo a divisão do povo da Ucrânia através do planeamento de perseguições e confrontos na zona russófona.
- Sublinham os perigos colocados pelas posições das forças oportunistas, que semeiam ilusões acerca da possibilidade da existência de uma outra e “melhor UE”, ” um melhor e diferente acordo de associação da UE com a Ucrânia”. A UE, tal como qualquer outra união capitalista inter-estatal, é uma aliança predadora de carácter profundamente reaccionário e não só não pode vir a tornar-se amiga do povo como age e continuará a agir contra os direitos dos trabalhadores e dos povos.
- Assinalam que os acontecimentos na Ucrânia se articulam com a intervenção da UE e dos EUA, e resultam da forte competição entre estas potências e a Rússia pelo controlo dos mercados, das matérias-primas e das redes de transporte desse país. Todavia o povo ucraniano, tal como todos os outros povos da Europa, não tem interesse em alinhar nem com este nem com aquele bloco imperialista, nem com esta nem com aquela aliança predadora.
- Os interesses da classe operária e das camadas populares da Ucrânia residem em resistirem a envolver-se em lógicas de divisão nacionalista, sobre a base de particularismos étnicos, linguísticos e religiosos, e em dar prioridade aos seus interesses de classe comuns, em definir o seu percurso de luta de classe pelos seus direitos e pelo socialismo. O socialismo continua a ser mais oportuno e mais necessário do que nunca. É esta a perspectiva a partir da qual deve ser confrontada qualquer união capitalista inter-estatal, para abrir o caminho a uma economia e uma sociedade que se organize não sobre a base do lucro mas sobre as necessidades dos trabalhadores."
26/02/2014 (publicado em http://www.odiario.info/?p=3200)
 
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O que espera o povo ucraniano será talvez o que muito bem retrata Paul Craig Roberts 
(http://www.resistir.info/ucrania/roberts_25fev14.html).
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Pela conversa até parece que a Ucrânia não viveu um pesadelo bem pior que o actual durante quase um século. A ideia que o mal da Ucrania é o "capitalismo" é duma desonestidade tremenda. Infelizmente é um país acossado e dividido. Acossado por questões geográficas, dividido porque foi vítima de um genocídio. O povo já decidiu, quer a Europa. Infelizmente a Rússia não os quer deixar escolher.