quinta-feira, 18 de abril de 2013

Listas de "cidadãos independentes"

Porque surgem, cada vez com mais frequência, listas de cidadãos independentes? Listas de gente que fez as maiores trafulhices e que por isso já não é “cómoda” para os seus partidos de origem; Listas de oportunistas que não encontram lugar em nenhum partido (nenhum partido os quer); Listas de ressabiados com os seus anteriores partidos, que já não os querem como candidatos; Listas que são compostas por cidadãos que dão uma péssima imagem do exercício da “política”; Listas de cidadãos que fazem a apologia da “filosofia antipartidos”; Listas de cidadãos que não se revêm nos partidos e nas suas propostas; Listas que juntam um pouco de tudo, com predominância destes ou daqueles… Etc.
Creio que o fundamental de uma sociedade é a estrutura partidária, considerando que os partidos são o reflexo das diversas ideias de classe. Mas também é um facto que numerosos cidadãos não se revêm em nenhum partido. Além disso, as sociedades são atravessadas por uma crise que toca todos, inclusive os partidos, constituídos por homens e mulheres, seres sociais.
E se, por um lado os “sem vergonha” campeiam impunes, os oportunistas revelam as suas facetas sem escrúpulos, e por isso vão merecendo cada vez menos crédito, por outro lado, muitos cidadãos honestos vão tendo dificuldade em se rever nos erros sistemáticos cometidos por aqueles que, eleitos por diferentes partidos, praticam na gestão crivada de erros.
Facilmente chegamos a uma situação em que o populismo dos “sem vergonha” e dos oportunistas ainda colhe votos e mandatos, e a uma situação em que confiamos (ou não) nas propostas dos partidos.
Creio que as propostas que se encontram mais fundamentadas são aquelas que os partidos apresentam. Se e quando elas resultam e são reflexo das suas normas e vidas internas! Quando assim não acontece, creio que assistiremos cada vez mais ao surgimento de listas, ditas de cidadãos independentes, que, não se opondo aos partidos, concorrem contra eles.
Numa altura em que se aproximam as eleições autárquicas, cabe a cada cidadão (ser social sujeito a toda a informação/contrainformação/manipulação/etc.) perguntar aos partidos (a cada partido “de per si” e a todos em conjunto), se acham que andam a trabalhar tal como está previsto nos seus (de cada um) normativos internos e qual a opinião que têm relativamente ao surgimento de mais “candidaturas independentes”.
Creio que, em muitos casos, o aparecimento de “candidaturas de cidadãos independentes” é um fenómeno conjuntural e resulta da incapacidade dos partidos mergulharem (a sério) na sociedade e aí encontrarem a verdadeira legitimação para aquilo e aqueles que propõem. Em alguns casos, as matrizes ideológicas partidárias não deixam margem para dúvidas. Entretanto, têm-se gerado fenómenos de afastamento das massas e dos próprios militantes. Linha que urge corrigir! Sob pena de os partidos não poderem reivindicar-se de representantes de classe, nem de vanguardas nas quais as massas se revêm. Creio que teremos de estudar e mudar esta realidade!
Os que são alheios ao povo e às suas necessidades e anseios, vivem assim menos mal. O que eles pretendem é que os outros se percam…
 
 
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns Paulo. Magnífico texto.
Um Abraço, de democrata para democrata.
Rui Teodósio Pedrosa

Grizalheiro disse...

Agradeço a leitura e a opinião.
Abraço