quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O futuro da nossa terra (parte 1)

A pedido do JMG, comentei a possibilidade de o PS e o PCP estabelecerem um "compromisso" com vista à participação dos dois partidos na gestão da Câmara Municipal da Marinha Grande. Na data em que escrevi o comentário, não tinha ainda notícia da concretização do dito "compromisso". O JMG de 2013.11.14 publica uma parte desse comentário (destacado a azul), que transcrevo aqui na íntegra. 
O conhecimento dos termos do "compromisso", na sua forma e no seu conteúdo, necessitam um estudo mais aprofundado.
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Os resultados eleitorais das últimas autárquicas criaram, na Marinha Grande, um quadro novo e complexo.
A composição da Assembleia Municipal e as Assembleias de Freguesia viram alargado o espetro de representatividade, com a entrada de protagonistas de novas forças. Ao nível do Executivo Municipal, os resultados ditaram a eleição de dois autarcas pelo PS, dois pela CDU, um pelo MpM, um pelo +C e um pelo PSD/PPD.
A população do concelho tem aguardado pacientemente o desfecho de uma sucessão de encontros entre as forças políticas e as listas de cidadãos, não se percebendo claramente que acordos se esboçam. Regista-se um certo “afastamento” entre eleitos/forças políticas e eleitores.
O que é certo, é que todos os cidadãos eleitores esperam que a força política ou lista na qual votaram, possa contribuir para desenhar o futuro da nossa terra. Desde sempre tenho defendido que todos os vereadores eleitos deveriam assumir responsabilidades na gestão municipal.
Vislumbra-se neste momento a vontade de PS e PCP poderem assumir um compromisso político, por forma a viabilizarem uma gestão autárquica suficientemente estável, que permita a implementação de políticas para a resolução dos problemas do concelho da Marinha Grande. Creio que esta solução poderá ser aquela que dê mais garantias de estabilidade para o futuro do concelho. A concretizar-se, peca por tardia, pois deveria ter sido conseguida antes da instalação da Assembleia Municipal e das Assembleias de Freguesia e respetivos Executivos. E, a concretizar-se, será que Álvaro Pereira estará em condições de liderar o processo?
Um tal “compromisso” não significa a diluição de uma força política na outra, até porque cada uma tem um projeto político concreto e pouco coincidente. Daí que um compromisso político entre PS e PCP, deverá registar com clareza tudo o que for acordado, sob pena de surgirem contradições a médio prazo. Esse compromisso deverá ser dado a conhecer publicamente. Além disso, e não menos importante, será a necessidade de os militantes das forças políticas comprometidas, estarem envolvidos politica e emocionalmente nas soluções encontradas.
Um último aspeto que entendo ser importante analisar pelas principais forças políticas em presença, é o relativo sucesso eleitoral registado pelos chamados “movimentos” (MpM e +C). Creio que algum afastamento entre as direções partidárias e os militantes e entre os partidos e a sociedade, criaram as condições para o aprofundamento da ideia da descrença nos partidos. Esta representa, objetivamente, uma ofensiva ideológica a ter em conta, independentemente do respeito que a todos deve merecer a diversidade de opiniões. Em todo o caso, as perspetivas futuras e os próximos atos eleitorais autárquicos, podem trazer surpresas e necessitar de novos protagonistas.
 
 

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