Passei os olhos recentemente
uma revista publicada da CMMG. Estamos habituados a estas “edições únicas
pré-eleitorais”, onde se pretende tapar o sol com a peneira!...
Como pessoa interessada na
música, não pude deixar de ver esta parte da “peneira”. Reza assim (ver foto):
Música (2010 a 2013)
Jazz à Marinha
Concertos de Natal
Música no Parque Mártires do Colonialismo
Orquestra da Noruega
Cantos e Recantos da Marinha
Grande
Oficina de canto tradicional
com Celina da Piedade
Depois de ler, fiquei com “fernicoques”…
Então durante estes quatro anos é isto que se apresenta no capítulo “Música”?
O Jazz à Marinha é sem dúvida
um projeto interessante e que envolve músicos de grande qualidade. Mas…
realizando-se há tantos anos, que jazz temos na Marinha que se diga que ali foi
beber alguma influência?
Os Concertos de Natal, pronto.
Também não é Natal todo o ano, mas poderia esta iniciativa fazer parte de ums
linha de produção que para além do Natal pudesse trazer música, nomeadamente de
caráter religioso, em outras alturas do ano, em outras datas assinaláveis e de
diferentes credos religiosos. Mas ficamo-nos por aqui…
A Música no Parque Mártires do
Colonialismo apareceu por proposta de técnicos da Câmara e com utilização de
músicos “da casa”. Assim como nasceu, morreu! O poder político, provavelmente distraído
com acontecimentos culturais de maior relevo, não soube acarinhar e potenciar
esta possibilidade, integrando-a numa linha de política cultural.
A Orquestra da Noruega chegou
viu e venceu! Nada mais antes nem depois! Uma espécie de palmeira plantada fora
de contexto, mas que poderia ter dado alguma ideia às gentes da política.
Os Cantos e Recantos… Vale o
mesmo comentário da Música no parque.
Mas quando passei os olhos
pela Oficina de canto tradicional com Celina da Piedade, saltou-me a tampa! Não
pela Celina, que conto entre as minhas amigas, por quem tenho grande
estima, não só pela pessoa que é, mas também pela sua qualidade. Saltou-me a
tampa porque, para além da iniciativa dos técnicos que mais uma vez
inovam, não houve o talento (mesmo pouco…) de associar este canto tradicional a
outras forças locais com afirmação nacional na área da música de identidade! E a partir daí fazer alguma coizinha mais que se desenvolvesse durante o ano. Há ideias até neste blog...
Resumidamente, opinarei que há
técnicos com ideias. Mas não há políticos com políticas! Definitivamente pouco
percebemos do que andamos a fazer!
Vamos
continuar assim? Vamos continuar mais ou menos assim? É esta a música que nos
dão?
2 comentários:
Boa tarde, só agora dei com este Post, ainda assim, não é tarde para comentar. Essas iniciativas estão todas muito bem, mas falta descriminar outras como por exemplo, a iniciativa de um jovem da Marinha Grande, que em parceria com a CMMG realizaram o evento (em 2011) Ciclo de Concertos - "Primavera Erudita - ESML na Marinha Grande". Todos os concertos, em vários espaços, tiveram muito publico, as fotos provam isso. Os apoios foram de algumas empresas da Marinha Grande e a CMMG não gastou um cêntimo. Foi um assunto debatido em blogs deste género.
Mas infelizmente foi mais um projecto com potencial deixado para o lado.
Eu pergunto, vai continuar a ser assim, tendo agora novas e modernas infra-estruturas para realizar eventos desta natureza, a não haver políticas de continuidade de projectos culturais? A casa da cultura vai servir para as colectividades e associações trazerem o "Toni Carreira" para angariarem fundos e divertirem o Povo?
Qualquer um dos partidos não tem ideias para implementar políticas sustentáveis para a cultura e associativismo, e isto não é só na MG.
Bom, obviamente não vale a pena estar a referir isto mas quando o Sr. Paulo Tojeira (pertence ao PCP de alguma maneira) não conseguiu arranjar instalações para o Grande Projecto que é Os Tocandar, então o que é preciso fazer para vingar culturalmente na MG, seja que partido lá estiver. Afinal de contas já lá esteve o PCP e o assunto não se resolveu!
Os melhores cumprimentos e continuação de bom trabalho!
De acordo! Estas questões são um problema cultural e político. Efetivamente nenhuma das forças politicas no governo da autarquia teve ainda vontade para resolver o que quer que seja. Lá vão surgindo umas iniciativas, que em geral morrem devido à tal falta de cultura e de iniciativa política. E como vê, eu não acuso nenhum partido em particular...
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