segunda-feira, 4 de março de 2013

Todos é que somos!

Sábias palavras, forjadas numa análise que assenta na observação sistemática de experiências próprias e dos outros.
 
“O Partido é composto por todos os seus membros. Todos têm iguais direitos e iguais deveres. Entre os numerosos deveres indicados nos Estatutos (artigo 14.o) contam-se os de trabalhar pela aplicação da linha do Partido e para o reforço da sua organização e influência, reforçar a sua ligação com as massas, defender abnegadamente as reivindicações e aspirações dos trabalhadores, tomar activamente parte nas reuniões do seu organismo.
Por que se fala então em quadros do Partido? Falar em quadros do Partido não será o mesmo do que falar em membros do Partido? O que são afinal os quadros do Partido? Pode dizer-se, sumariamente, que todos os membros do Partido podem ser quadros do Partido, mas muitos não o são de facto. São quadros os membros do Partido que desempenham tarefas responsáveis em quaisquer escalões. Mas também são quadros todos aqueles que se empenham dedicadamente no cumprimento das suas tarefas, quaisquer que elas sejam.
Isto é: ser quadro do Partido, mais ou menos destacado, não se define obrigatoriamente pelo organismo a que o membro do Partido pertence, nem pelo grau de responsabilidade, nem pela tarefa que desempenha, nem sequer pelo nível da sua preparação política e dos seus conhecimentos gerais. Existem quadros do Partido em todas as organizações, em todos os graus de responsabilidade e em todas as tarefas. Existem quadros do Partido com os mais diversos graus de preparação ideológica e de conhecimentos. Os quadros revelam-se, afirmam-se e desenvolvem-se através da sua actividade. E uma vez que a formação de um quadro é um processo, não há um limite definido, rígido, divisório entre os membros do Partido em geral e os quadros em particular. A actividade do Partido é a actividade de todos os seus membros. A obra do Partido é a obra de todo o grande colectivo partidário.”
in: "O partido com paredes de vidro", 2010 Álvaro Cunhal, pp. 147,148
 
 

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