domingo, 30 de setembro de 2012

Bulgária: uma segunda pátria!

Permitam-me que partilhe convosco uma página particularmente significativa da minha vida...


No dia 1 de Outubro de 1976 apanhei um avião, que me levou à Bulgária. Seria o início de uma maratona de 11 anos, durante a qual o enriquecimento pessoal e profissional foi de uma dimenção que eu próprio ainda não tenho noção. Na Bulgária encontrei uma segunda pátria. Mais uma vez e sempre: obrigado à Bulgária socialista! Obrigado ao povo búlgaro!



No avião rumo à Bulgária (o segundo da direita para a esquerda, em pé e sem bigode...)
 
 
Grupo Barraca: a música portuguesa na Bulgária


Mudar de rumo!

"... têm de ouvir a voz do povo! Porque se não ouvirem a voz do povo a bem, irão ouvir a voz do povo a mal!"
Arménio Carlos
 

É preciso outro rumo! Uma democracia avançada - os valores de Abril no futuro de Portugal!


A formiga no carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas águas
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro.

José Afonso

O perigo, é o protesto organizado!

“Nunca tal se vira nos ecrãs dos nossos televisores: um mar de gente a perder de vista, a não caber no enquadramento mesmo quando filmado em larguíssimos “plongés” com as câmaras decerto instaladas em helicópteros; abundantes planos intermédios que “desciam” até aos grandes planos de entrevistas sem que contudo se perdesse por muito tempo a visão de conjunto; demorada atenção prestada a cartazes e panos; recolha de muitos depoimentos indignados, alguns deles pungentes. Era sem dúvida uma gigantesca manifestação e, também sem dúvida, era a televisão empenhada em dar testemunho dessa dimensão inédita mediante uma cobertura também sem precedentes e de algum modo surpreendente. Porque, como bem se sabe, a televisão, quer a pública quer a privada, sempre deu sinais de não gostar muito de manifestações. Fornecia-nos delas algumas imagens, é certo, mas eram quase sempre umas coisinhas aparentemente recolhidas sem entusiasmo, no género não propriamente de cumprir serviços mínimos, mas antes de prestar serviços minimizados. Mas desta vez não foi assim. Por vezes se diria que a reportagem era um complemento da manifestação, que com ela verdadeiramente fraternizava.”
“Mesmo quando parecem informar, as televisões escolhem cuidadosamente o que querem mostrar, por exemplo de uma grande manifestação de massas. É o genuíno protesto? É o repúdio pela política do governo por parte de muita gente que há tão poucos meses votara nos partidos que o compõem? Não! É no “apartidarismo” e no “anti-partidarismo” de alguns. Porque os interesses ao serviço de quem existem sabem muito bem que o perigo não é o protesto. O perigo é o protesto organizado!”
Correia da Fonseca in: http://www.odiario.info/?p=2629

Terreiro do Povo


Estava lindo o Terreiro, pá!

"Em nome dos nossos braços
em nome das nossas mãos
em nome de quantos passos
deram os nossos irmãos.
Em nome das ferramentas
que nos magoaram os dedos
das torturas das tormentas
das sevícias dos degredos.
Em nome daquele nome
que herdámos dos nossos pais
em nome da sua fome
dizemos: não passam mais!"
                                                    Ary dos Santos

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Mentalidade fascista à solta

Apesar de ainda não ser muito velho, assisti a histórias exatamente iguais a esta antes de 25 de abril de 1974! Aqui na Marinha Grande as forças policiais ao serviço do fascismo agiam da mesma forma que este senhor da segurança pessoal do Primeiro Ministro Paços Coelho. Com tantos anos de democracia (burguesa) as escolas onde estudam estes senhores continuam a usar manuais fascistas. E os chefes destes senhores continuam a ter a mesma mentalidade fascista que tinham os "pidescos" do antigamente. E o Primeiro Ministro: como comenta esta "utilização desproporcional" de força bruta, por um bruto?
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Por uma bienal de artes

Este ano não haverá “Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial”. Diria que “há males que vêm por bem!” Se a autarquia marinhense quiser ouvir, aqui deixo algumas ideias.

As artes, para serem fruídas, têm de ser entendidas! É precisamente pela criação de públicos que compreendam as artes que é preciso começar. De pouco nos vale trazermos ao convívio dos nossos concidadãos grandes expoentes das artes, designadamente nas vertentes da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, se a população da terra não tem hábitos de frequência de eventos culturais.

A “bienal de artes plásticas” deveria dar lugar a uma “bienal de artes” que colocasse em evidência o que de melhor se produz, em termos de arte, na nossa terra. As escolas, as coletividades, os diversos locais onde convivem idosos ou outros cidadãos, estão repletos de gente com alma de artista. Todos eles produzem as artes que nos caraterizam como povo. É pela valorização destas nossas identidades que começa a viagem ao mundo de todas as artes. Se a eles juntarmos algum expoente nacional ou internacional, que de forma pedagógica concorde em mostrar a sua obra, teremos os ingredientes principais para uma grande iniciativa. E assim, para além da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, teríamos também as músicas, as danças, o teatro, a gastronomia e o artesanato, criados pelo nosso povo. Nesse contexto teriam lugar concursos abertos a artistas plásticos e designers nacionais e estrangeiros e concursos abertos à criação popular, nas diversas formas de expressão artística. Em lugar de destaque deveriam estar as artes das indústrias mais desenvolvidas na nossa terra, como o vidro, em todas as dimensões da sua criação.

É tempo de abraçarmos com paixão, a tarefa proporcionar a todos o acesso aos bens culturais. Uma bienal de artes poderá dar uma contribuição valiosa.
 

A "ética" ou a vida!

"O Conselho de Ética para as Ciências da Vida aconselha o Governo a racionar os medicamentos para SIDA, cancro e doenças reumáticas, de modo a gastar menos."
Até aqui os governos da troika nacional (PS, PSD e CDS) já tinham prescrito a morte lenta ao povo português, designadamente às faixas etárias mais idosas. Agora o governo de Paços Coelho quer ir mais longe.
É do conhecimento público que cada vez mais reformados compram na farmácia apenas parte dos medicamentos que lhes são prescritos pelo médico. Isto, claro, depois de "passarem as passas do Algarve" para terem uma consulta no Centro de Saúde.
Mas para os senhores das leis, os que exercem o poder no país, a conversa é outra! Os ordenados principescos que auferem permitem-lhes recorrer a clínicas privadas no país e no estrangeiro e para eles nunca estará em causa a questão “ética” que o “conselho” aconselha para os outros, “de modo a gastar menos”. A questão é termos ou não dinheiro para pagar os serviços de saúde!
Ontem estiveram em causa as “gorduras” do Sistema Nacional de Saúde e têm desmantelado dele parte significativa. Hoje está em causa o “modo de gastar menos”. Amanhã estará em causa a propria dignidade do ser humano.
Com estas políticas reacionárias e fascizantes conduzidas há décadas pela troika nacional (PS, PSD e CDS) estão em causa direitos básicos da nossa existência como seres humanos. Qual ética, qual carapuça! O que os move é o dinheiro! O lucro conseguido através de uma política de barbárie, em que “quem quer saúde, paga!”
 
"A bolsa ou a vida!"

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Resinagem: quando?

As obras no Edifício da Resinagem continuam a dar que falar. O Tribunal Central Administrativo anulou o concurso de adjudicação da obra à Construtora do Lena. De momento, aguardam-se explicações da maioria PS acerca desta situação. Parece terem razão aqueles que apelidam a obra de "Atrium II", também ela envolta em polémicas até hoje pouco explicadas e também ela da responsabilidade de um executivo de maioria PS. Afinal, quando na campanha eleitoral falaram em "arregaçar as mangas", era nisto que nos queriam meter. Para esta maioria, a gestão autárquica revelou-se mais complexa do que esperariam. Confrontados com factos e situações concretas, longe das basófias da campanha, têm demonstrado enormes dificuldades em trabalhar de acordo com a vontade e as necessidades das populações. Na atividade autárquica (como noutras), é necessário ser-se trabalhador, criativo e transparente.
 
 
Para além do cabal esclarecimento da situação, importa saber como prevê a maioria PS rentabilizar em concreto este espaço e o edifício que dará pelo nome de Casa da Cultura.
 
 

É urgente mobilizar e organizar!

As lutas continuam e terão nova expressão de massas já no dia 29 de setembro, na manif convocada pela CGTP. Ainda há pouco tempo referimos que  "Onde estiver o povo, estaremos nós!". Não se pense que as indignações espontâneas conduzem automaticamente à alteração substancial do estado das coisas. É preciso mobilizar o povo para a rua e para a rotura com esta política e estes políticos que nos governam. Os partidos e os políticos não são todos iguais! Partilho convosco este texto de Miguel Urbano Rodrigues, que subscrevo integralmente!
 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Polícias juntam-se aos protestos

Uma excelente notícia!! Os polícias e guardas também são povo!
A partir de agora, os polícias vão juntar-se a todos os protestos que as duas centrais sindicais organizarem contra as medidas de austeridade. O primeiro protesto será já na manifestação da CGTP dia 29 de Setembro. Além dos que vão estar a trabalhar na vigilância das manifestações, os profissionais da área da segurança assumem agora a intenção de participar do outro lado das barreiras em todos os próximos protestos.
“Decidimos participar em todas as ações de protesto convocadas pelas centrais sindicais, iniciando já à manifestação da CGTP.”, afirmou Paulo Rodrigues.
 
 

1% para a cultura

 
 
“Portugal tem já um longa história como país soberano, mas continua a apresentar resultados fracos quanto aos vários indicadores habitualmente usados para medir o grau de desenvolvimento cultural.
No que diz respeito às artes contemporâneas e à cultura artística, ao património, à política de língua e do livro, persistem as terríveis linhas de continuidade que caracterizam a política de direita, marcam a primeira década do século XXI e prolongam os efeitos destruidores. Esta desresponsabilização traduz-se na destruição e perversão do princípio de serviço público e na asfixia financeira do sector, provocada pelo subfinanciamento crónico. No desmantelamento, redução, e desqualificação dos serviços; na centralização e agregação burocrática das instituições; na secundarização e esvaziamento de objetivos.
Esta desresponsabilização do Estado é solidária com a mercantilização e elitização da cultura. Com a casuística das políticas, sem cuidar das conexões e sinergias entre os diferentes subsistemas, de que é um exemplo escandaloso a incapacidade de erguer um sistema público de ensino artístico. Por outro lado, no que diz respeito ao património cultural, assiste-se à generalização do caos e do negocismo e à privatização das atividades rentáveis. “
Manuel Gusmão – in: O Militante Nº 318 - Mai/Jun 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

Miguel Macedo: da cigarra e da formiga

Miguel, o ministro, disse: "Portugal não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas". Dizia "enaltecer o esforço do povo". Do mesmo povo que ao lado o assobiava e apupava, por estar farto de ter paciencia para aguentar a política de rapina do governo de Miguel, de Passos, dos outros, em nome da finança mundial.
Ao falar da cigarra e da formiga Miguel, o ministro, longe de mostrar conhecimento sobre tais insetos, ressuscitava o mais reacionário pensamente da fábula, segundo o qual uns trabalham e os outros cantam e dançam. Como se quem canta e quem dança para deleite dos seus espetadores não estivesse também a trabalhar. Enfim este faz parte do regimento de migueis, ministros, ignorantes!...
 




É possível evitar sacrifícios!

CGTP-IN APRESENTA PROPOSTAS PARA EVITAR SACRIFÍCIOS E A DESTRUIÇÃO DA ECONOMIA

1 - Criação de uma taxa sobre as transações financeiras
A criação de um novo imposto, com uma taxa de 0,25%, a incidir sobre todas as transações de valores mobiliários independentemente do local onde são efetuadas (mercados regulamentados, não regulamentados ou fora de mercado), excecionando o mercado primário de dívida pública. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 2.038,9 milhões de euros.

2 - Introdução de progressividade no IRC
A criação de mais um escalão de 33,33% no IRC para empresas com volume de negócios superior a 12,5 milhões de euros, de forma a introduzir o critério de progressividade no imposto. A incidência deste aumento é inferior a 1% do total das empresas. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.099 milhões de euros

3 - Sobretaxa de 10% sobre os dividendos distribuídos
A criação de uma sobretaxa média de 10% sobre os dividendos distribuídos, incidindo sobre os grandes accionistas (de forma a garantir um encaixe adicional de 10% sobre o total de dividendos distribuídos), com a suspensão da norma que permite a dedução constante sobre os lucros distribuídos (art. 51º do CIRC), o que permite às empresas que distribuem dividendos deduzir na base tributável esses rendimentos desde que a entidade beneficiária tenha uma participação na sociedade que distribui pelo menos 10% do capital. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.665,7 milhões de euros.
 
4 – Combate à Fraude e à Evasão Fiscal
A fixação de metas anuais para a redução da economia não registada, com objetivos bem definidos e a adoção de políticas concretas para a sua concretização. Esta medida permitirá arrecadar uma receita adicional de 1.162 milhões de euros.

CGTP-IN APRESENTA PROPOSTAS PARA EVITAR SACRIFÍCIOS E A DESTRUIÇÃO DA ECONOMIA
Receita fiscal adicional (milhões de euros)
Criação de uma taxa de 0,25 sobre as transacções financeiras
2.038,9
Criação de um novo escalão na taxa de IRC
1.099,0
Tributação adicional dos dividendos
1.665,7
Combate à Fraude e Evasão Fiscal
1.162,9
Total
5.966,5

 

As parcerias da troika nacional na educação

A troika nacional (PS, PSD e CDS) há muito que tem alimentado a gula de alguns "senhores da educação". São os choruros apoios financeiros aos colégios particulares, são as aldrabices da Parque Escolar, EP, são as diversas habilidades para tentar descredibilizar a escola pública. As notícias não param de nos espantar! Nuno Crato, fiel ao seu governo com políticas de contornos fascistas, continua e agrava as medidas implementadas pelos/as seus/suas antecessores/as. Um recente telejornal da TVI brindou-nos com a seguinte peça noticiosa:


É para esta realidade que os senhores que (ainda) nos governam querem empurrar a educação deste país! Em nome do futuro dos nossos alunos, é preciso dizer BASTA! E levantar uma barreira intransponível contra esta miséria de "educação"!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Acordai!

Frente ao Palácio de Belém, onde está reunido o Conselho de Estado, a "temperatura" está elevada. Uma enorme multidão entoa cânticos de luta. Partilho convosco um dos temas mais cantados: "Acordai" de Fernando Lopes Graça, com com letra de José Gomes Ferreira. Esta é uma das conhecidas "canções heroicas".
 
 

Fernando Lopes Graça, tem uma vasta e valiosa obra musical e, também, uma interessante obra literária. As Canções Heróicas, musicadas sobre poemas de autores portugueses foram cantadas não só pelo Coro da Academia de Amadores de Música, mas também pelo povo, como canções de luta e protesto contra o regime fascista. A Censura e a PIDE não conseguiram calar a voz dos resistentes anti fascistas. Hoje, perante novas ameaças, as Heróicas de Lopes Graça voltam a expressar a luta contra o capitalismo explorador e opressor.
Dessas Canções Heróicas, "Acordai" tem significado especial pela oportunidade e urgência de despertar as consciências, do povo, dos trabalhadores dolorosamente sacrificados pelas injustiças e desigualdades que esta sociedade está a criar.

Acordai

Música de Lopes Graça
Letra de José Gomes Ferreira

Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz


Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações


Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

Síria

Na Síria o imperialismo quer repetir as guerras de agressão perpetradas em nome dos direitos humanos e da democracia, mas cujos reais motivos foram os interesses económicos e geoestratégicos das principais potências imperialistas da NATO e os lucros do complexo militar e das multinacionais a si associadas.
Querem-nos fazer crer que “um grupo de paisanos bem formados e ávidos de democracia” tinha resolvido acabar com uma ditadura detestável, aparentemente quase que usando apenas as mãos nuas e pouco mais.
Em pouco tempo se revelou que os espontâneos e inocentes combatentes pela liberdade manejam material bélico sofisticado, incluindo carros de combate, que dificilmente lhes teria caído do céu aos trambolhões... E rapidamente os midia ao serviço do império divulgaram massivamente as notícias que convinham. Confesso que não nutro grandes simpatias por certos dirigentes... Como desde pequenino me ensinaram a ouvir todas as partes, para poder formar um juízo correto, partilho convosco um texto de Ghaleb Kandil, que muita luz trouxe ao meu pensamento. Aqui vai:


A música aproxima os povos!

Tocamos, cantamos e dançamos. Todos os povos. Cada um defendendo a sua cultura. Essas caraterísticas são comuns a todos. Isso aproxima-nos. Mas vamos vais além. Na música que partilho convosco, podemos encontrar a banda asturiana La Raitana, em palco com o Tocándar e o músico João Miguel, interpretando um tema com sabor latino. O registo foi feito na Feira Nacional de Artesanato e Gastronomia - Marinha Grande.
 
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mudar o mundo...

Un dia, expressava eu os meus ideais e um amigo proximo dizia: "És visionário, um utópico!" Serei muitas coisas. Umas boas outras nem tanto. Que este caminho da vida nos conduz sempre à possibilidade de aprendermos todos os dias. Mas serei seguramente um cidadão carregado da paixão de transformar. Pela justiça!
 
 
 
 

“Onde estiver o povo, estaremos nós!”

15 de setembro foi um dia como há muito não se via! Na Marinha Grande muito povo saiu à rua empunhando cartazes de fabrico caseiro e conteúdos próximos do coração. As redes sociais têm este poder de fazer convergir sentimentos individuais em manifestações de uma vontade coletiva. Mas estas manifestações de vontades, acontecendo datadas, não são mais que culminares de lutas empreendidas diariamente pelas forças políticas e organizações sindicais que se opõem ao rumo que é traçado pelos partidos das classes dominantes, instalados no poder. Nada é, portanto, por acaso! Há é novas formas de organização e de demonstração do descontentamento às quais é obrigatório estar atento!
As medidas com que este governo nos tem brindado, fazem dele o governo mais reacionário do País desde a Revolução de 1974. O projeto em desenvolvimento é um fracasso! O défice não desceu, o desemprego disparou, o PIB caiu. O sistema nacional de saúde e a educação estão a ser brutalmente atacados. O governo pretende destruir a Previdência e arrasar a Segurança Social. A presente crise vai aprofundar-se muito.
38 anos depois de iniciada a Revolução Democrática e Nacional, uma nova grande burguesia intimamente ligada ao imperialismo, encontra-se instalada no poder. Vivemos sob uma ditadura da burguesia de fachada democrática. Creio que cada vez mais portugueses vão ganhando consciência dessa realidade, apesar dos variadíssimos mecanismos de alienação, nos media, na internet, na informação manipulada a que as massas têm acesso. A engrenagem montada pelas forças do capital foi concebida e funciona de modo a que alternadamente obtenham maioria parlamentar e cheguem ao governo, exibindo uma falsa representatividade popular, ora o PSD (levando a reboque o CDS), ora o PS. “É possível em Portugal um governo menos reacionário, mas não um governo progressista.”
Os senhores do poder (PSD, CDS e PS) esquecem que, no movimento de fluxo e refluxo da História, as grandes crises desembocam quase sempre numa contestação torrencial quando os povos, atingido um limite, não podem mais suportar a opressão da classe dominante e se mobilizam para lhe por termo. E para se verificar a verdadeira rotura contra este sistema capitalista irreformável, todos os movimentos sociais mais ou menos “espontâneos” e “independentes” necessitam de coesão, organização e vanguarda. É aqui que têm papel fundamental os verdadeiros revolucionários! De muitas aprendizagens com as quais tive ocasião de me enriquecer ao longo da vida, não posso esquecer uma, que me ensinou um velho guerrilheiro búlgaro. A sua formulação é simples: “onde estiver o povo, estaremos nós!”

É preciso continuar a luta!

No dia 29 de setembro o povo vai sair de novo é rua! Porque este governo ou outro chamado "de salvação" e que inclua o outro partido da troika nacional (PS), não serve! É preciso uma rutura com esta política e com estes políticos.
 
 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

No pasaran!

Em meados dos anos 80, estudava eu na Bulgária, fui convidado para participar, com o meu grupo "Barraca", no festival internacional Allen MaK na cidade BalgoevGrad. Participava também como convidado Carlos Mejia Godoy, com quem depois partilhei o palco, as músicas e muitas convicções. Estava a conhecer um dos grandes nomes na música latino-americana e mundial. Não nos voltámos a encontrar fisicamente. De todo o seu espólio musical, partilho convosco este tema "No pasaran" registado no festival Abril en Manágua e que se apresenta incrivelmente atual!...
 
 

Os donos de Portugal

Neste tempo de resistência e de luta contra a troika estrangeira e a troika nacional, vale a pena rever este trabalho!

 

A justiça que às vezes tarda, outras vezes não...

Foi ontem notícia o julgamento dos detidos na manifestação de Lisboa do dia 15 de setembro. Todo o comportamento não conforme com a lei, deve ser punido de forma proporcional à falta!
Mas no momento em que leio sobre esse julgamento, não posso deixar de pensar que o nosso sistema judicial é célere em julgar os "crimes" cometidos contra o poder e os poderosos e é dramaticamente permissivo e demorado no julgamento dos assaltos de que somos vítimas todos os dias, para não falar nos ediondos crimes cometidos por gente poderosa e bem ligada ao poder...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pode não ser para amanhã... Mas será um dia!

Não resisto a partilhar parte de um texto de Miguel Urbano Rodrigues:
"Ao longo da História, muitas gerações bateram-se por transformações revolucionárias que não se produziram durante as suas breves existências. Mas o seu compromisso era com as ideias e não com o calendário. Revoluções tão importantes para o progresso da Humanidade como a Francesa de 1789 e a Russa de 1917 não teriam sido vitoriosas sem a luta, a dedicação, o debate de ideias de uma extensa, maravilhosa cadeia de revolucionários que as imaginaram e para elas viveram.
Afirmar sem rodeios, frontalmente, que a rutura em Portugal deve ser com o sistema capitalista, rumo ao socialismo distante, esfumado num horizonte de brumas, é seguir o exemplo desses revolucionários, caminhar pelas alamedas que eles abriram combatendo."

Regressar

A vida é feita de prioridades. Confesso que há algum tempo não era minha prioridade partilhar aqui pensamentos e preocupação. Regresso agora. Porque me faz falta!