segunda-feira, 24 de setembro de 2012

1% para a cultura

 
 
“Portugal tem já um longa história como país soberano, mas continua a apresentar resultados fracos quanto aos vários indicadores habitualmente usados para medir o grau de desenvolvimento cultural.
No que diz respeito às artes contemporâneas e à cultura artística, ao património, à política de língua e do livro, persistem as terríveis linhas de continuidade que caracterizam a política de direita, marcam a primeira década do século XXI e prolongam os efeitos destruidores. Esta desresponsabilização traduz-se na destruição e perversão do princípio de serviço público e na asfixia financeira do sector, provocada pelo subfinanciamento crónico. No desmantelamento, redução, e desqualificação dos serviços; na centralização e agregação burocrática das instituições; na secundarização e esvaziamento de objetivos.
Esta desresponsabilização do Estado é solidária com a mercantilização e elitização da cultura. Com a casuística das políticas, sem cuidar das conexões e sinergias entre os diferentes subsistemas, de que é um exemplo escandaloso a incapacidade de erguer um sistema público de ensino artístico. Por outro lado, no que diz respeito ao património cultural, assiste-se à generalização do caos e do negocismo e à privatização das atividades rentáveis. “
Manuel Gusmão – in: O Militante Nº 318 - Mai/Jun 2012

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