“Portugal tem já um longa
história como país soberano, mas continua a apresentar resultados fracos quanto
aos vários indicadores habitualmente usados para medir o grau de
desenvolvimento cultural.
No que diz respeito às artes
contemporâneas e à cultura artística, ao património, à política de língua e do
livro, persistem as terríveis linhas de continuidade que caracterizam a
política de direita, marcam a primeira década do século XXI e prolongam os
efeitos destruidores. Esta desresponsabilização traduz-se na destruição e
perversão do princípio de serviço público e na asfixia financeira do sector,
provocada pelo subfinanciamento crónico. No desmantelamento, redução, e
desqualificação dos serviços; na centralização e agregação burocrática das
instituições; na secundarização e esvaziamento de objetivos.
Esta desresponsabilização do
Estado é solidária com a mercantilização e elitização da cultura. Com a casuística
das políticas, sem cuidar das conexões e sinergias entre os diferentes
subsistemas, de que é um exemplo escandaloso a incapacidade de erguer um
sistema público de ensino artístico. Por outro lado, no que diz respeito ao
património cultural, assiste-se à generalização do caos e do negocismo e à
privatização das atividades rentáveis. “
Manuel
Gusmão – in: O Militante Nº 318 - Mai/Jun
2012
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