quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Por uma bienal de artes

Este ano não haverá “Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial”. Diria que “há males que vêm por bem!” Se a autarquia marinhense quiser ouvir, aqui deixo algumas ideias.

As artes, para serem fruídas, têm de ser entendidas! É precisamente pela criação de públicos que compreendam as artes que é preciso começar. De pouco nos vale trazermos ao convívio dos nossos concidadãos grandes expoentes das artes, designadamente nas vertentes da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, se a população da terra não tem hábitos de frequência de eventos culturais.

A “bienal de artes plásticas” deveria dar lugar a uma “bienal de artes” que colocasse em evidência o que de melhor se produz, em termos de arte, na nossa terra. As escolas, as coletividades, os diversos locais onde convivem idosos ou outros cidadãos, estão repletos de gente com alma de artista. Todos eles produzem as artes que nos caraterizam como povo. É pela valorização destas nossas identidades que começa a viagem ao mundo de todas as artes. Se a eles juntarmos algum expoente nacional ou internacional, que de forma pedagógica concorde em mostrar a sua obra, teremos os ingredientes principais para uma grande iniciativa. E assim, para além da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, teríamos também as músicas, as danças, o teatro, a gastronomia e o artesanato, criados pelo nosso povo. Nesse contexto teriam lugar concursos abertos a artistas plásticos e designers nacionais e estrangeiros e concursos abertos à criação popular, nas diversas formas de expressão artística. Em lugar de destaque deveriam estar as artes das indústrias mais desenvolvidas na nossa terra, como o vidro, em todas as dimensões da sua criação.

É tempo de abraçarmos com paixão, a tarefa proporcionar a todos o acesso aos bens culturais. Uma bienal de artes poderá dar uma contribuição valiosa.
 

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