As artes, para serem fruídas, têm de ser entendidas! É
precisamente pela criação de públicos que compreendam as artes que é preciso
começar. De pouco nos vale trazermos ao convívio dos nossos concidadãos grandes
expoentes das artes, designadamente nas vertentes
da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, se a
população da terra não tem hábitos de frequência de eventos culturais.
A “bienal de artes plásticas” deveria
dar lugar a uma “bienal de artes” que colocasse em evidência o que de melhor se
produz, em termos de arte, na nossa terra. As escolas, as coletividades, os
diversos locais onde convivem idosos ou outros cidadãos, estão repletos de
gente com alma de artista. Todos eles produzem as artes que nos caraterizam
como povo. É pela valorização destas nossas identidades que começa a viagem ao
mundo de todas as artes. Se a eles juntarmos algum expoente nacional ou
internacional, que de forma pedagógica concorde em mostrar a sua obra, teremos
os ingredientes principais para uma grande iniciativa. E assim, para além da
pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da fotografia, teríamos
também as músicas, as danças, o teatro, a gastronomia e o artesanato, criados
pelo nosso povo. Nesse contexto teriam
lugar concursos abertos a artistas plásticos e designers nacionais e estrangeiros
e concursos abertos à criação popular, nas diversas formas de expressão
artística. Em lugar de destaque deveriam estar as artes das indústrias mais desenvolvidas
na nossa terra, como o vidro, em todas as dimensões da sua criação.
É tempo de abraçarmos com paixão, a tarefa
proporcionar a todos o acesso aos bens culturais. Uma bienal de artes poderá
dar uma contribuição valiosa.
Sem comentários:
Enviar um comentário