quarta-feira, 10 de outubro de 2012

As Forças Armadas não são a "tropa do regime"!

Como cidadãos atentos, sobros obrigados a saber o que se está a passar! Os chefes militares dizem que Portugal já tem a sua soberania em causa! E dão o exemplo da Islândia!
 
Publicado no SOL:
 
O líder da Associação de Oficiais das Forças Armadas, Manuel Carcel, avisa que 18% dos militares têm os salários penhorados e pede a Cavaco Silva que actue.
O Conselho de Chefes Militares insurgiu-se contra declarações ‘ilegítimas e irresponsáveis’ que ameaçam a coesão das Forças Armadas (FA). Como viu essa acusação?
A nossa postura, ao falar das preocupações que afligem os militares, é de complementariedade. Recuso-me a acreditar que esse comunicado seja dirigido às associações.
Não vai deixar de dizer que os militares que quiserem podem participar em manifestações?
Os militares não são diferentes de outros cidadãos. Não podem exercer o direito reivindicativo como outros, mas, como muito bem disse há pouco tempo, um chefe militar, têm alma e têm compromissos. 18% dos militares têm o seu salário penhorado por compromissos que tinham assumido e que, devido aos cortes salariais, deixam de poder pagar. Hoje em dia, a remuneração de um militar corresponde à de dois postos inferiores: um coronel tem um vencimento de major, um major recebe como tenente.
O Presidente da República enquanto comandante supremo das FA devia intervir?
Acreditando que está preocupado com o ambiente que se está a viver nas Forças Armadas, devia exercer a sua magistratura de influência. Temos-lhe dirigido alguns ofícios para fazer ver que há situações que são uma tremenda injustiça e cuja consequência é muito mais grave do que se estivéssemos a falar de civis.
Numa altura de desilusão com os partidos, as pessoas olham mais para os militares como último garante da democracia?
Somos muitas vezes abordados nesse sentido. As pessoas estão à espera que algo aconteça para resolver as angústias por que passamos todos. Os militares são subordinados ao poder político, mas não servem governos, servem os portugueses. E foram responsáveis pela democracia em 1974. Para além da liberdade, sonhámos com justiça e desenvolvimento que é aquilo que não se passa hoje. As elites que nos governam são os causadores da situação em que estamos. Apesar de tudo, a democracia tem mecanismos capazes de devolver a confiança às pessoas, veja o caso da Islândia.
O poder político quer que os militares sejam imunes ao que se passa no país?
Querem que sejamos autómatos. Mas nós não estamos preocupados exclusivamente com aquilo que nos afecta mas com o que afecta a todos. Não somos partidários, mas não somos apoliticos ou acéfalos. E estamos preocupados não só com a redução de efectivos, mas também com os meios e capacidades das Forças Armadas. Estamos a assistir à descaracterização do próprio Estado e da sua soberania. Triste país este em que as suas Forças Armadas andam ao sabor dos ditames de estrangeiros!
 
O líder da Associação de Oficiais das Forças Armadas, Manuel Carcel, avisa que 18% dos militares têm os salários penhorados e pede a Cavaco Silva que actue.
O Conselho de Chefes Militares insurgiu-se contra declarações ‘ilegítimas e irresponsáveis’ que ameaçam a coesão das Forças Armadas (FA). Como viu essa acusação?
A nossa postura, ao falar das preocupações que afligem os militares, é de complementariedade. Recuso-me a acreditar que esse comunicado seja dirigido às associações.
Não vai deixar de dizer que os militares que quiserem podem participar em manifestações?
Os militares não são diferentes de outros cidadãos. Não podem exercer o direito reivindicativo como outros, mas, como muito bem disse há pouco tempo, um chefe militar, têm alma e têm compromissos. 18% dos militares têm o seu salário penhorado por compromissos que tinham assumido e que, devido aos cortes salariais, deixam de poder pagar. Hoje em dia, a remuneração de um militar corresponde à de dois postos inferiores: um coronel tem um vencimento de major, um major recebe como tenente.
O Presidente da República enquanto comandante supremo das FA devia intervir?
Acreditando que está preocupado com o ambiente que se está a viver nas Forças Armadas, devia exercer a sua magistratura de influência. Temos-lhe dirigido alguns ofícios para fazer ver que há situações que são uma tremenda injustiça e cuja consequência é muito mais grave do que se estivéssemos a falar de civis.
Numa altura de desilusão com os partidos, as pessoas olham mais para os militares como último garante da democracia?
Somos muitas vezes abordados nesse sentido. As pessoas estão à espera que algo aconteça para resolver as angústias por que passamos todos. Os militares são subordinados ao poder político, mas não servem governos, servem os portugueses. E foram responsáveis pela democracia em 1974. Para além da liberdade, sonhámos com justiça e desenvolvimento que é aquilo que não se passa hoje. As elites que nos governam são os causadores da situação em que estamos. Apesar de tudo, a democracia tem mecanismos capazes de devolver a confiança às pessoas, veja o caso da Islândia.
O poder político quer que os militares sejam imunes ao que se passa no país?
Querem que sejamos autómatos. Mas nós não estamos preocupados exclusivamente com aquilo que nos afecta mas com o que afecta a todos. Não somos partidários, mas não somos apoliticos ou acéfalos. E estamos preocupados não só com a redução de efectivos, mas também com os meios e capacidades das Forças Armadas. Estamos a assistir à descaracterização do próprio Estado e da sua soberania. Triste país este em que as suas Forças Armadas andam ao sabor dos ditames de estrangeiros!
 
 


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